sexta-feira, 28 de maio de 2010

Maré.


Ele me puxava. Mudava meu curso, minha direção. Eu aceitava, sempre gostei de jogar a favor do vento. E eu fui no caminho dele, vi o mundo do jeito que ele me mostrou, senti as coisas como nunca havia sentido e quando pensei estar perdida na visão dele... me encontrei. Porque às vezes quando vemos, ouvimos, sentimos... falta algo. Algo que não se sabe o que é. Mas não faltava mais! Eu vi o que faltava e ele é que tinha me mostrado. Quis ver mais. Quis sentir mais. Queria fugir, parar o tempo, porque cada segundo daquilo era inexplicavelmente perfeito. Mas aí... o sol nasceu, a maré baixou e ele se foi. Simplesmente foi embora e eu fiquei no meu curso normal. Culpei os outros, fingi não entender o que estava acontecendo, mas na verdade eu sabia que era ele que completava as coisas. Era ele que me fazia querer respirar cada vez mais.
Mas toda noite a lua volta, não é? Ela volta me dando esperanças! O dia pode ser longo, mas quando a noite chegar ele vai estar aqui e vai me puxar, como a lua puxa o mar, e eu vou sentir o vento no meu rosto, a água na minha pele... e vou senti-lo.
Por ora, tenho a lua e tenho que aproveitar porque ela ainda é suficiente!
Afinal, chega uma hora que só a esperança não basta. Enquanto basta, fico com lua. Ela me traz as falsas esperanças, porque eu sei. É, eu sei. Sei que ele não vai voltar.

4 comentários:

  1. Adorei o texto! Lindo mesmo.
    Você escreve super bem! To seguindo.. Beijos

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  2. Que final realista.
    Esse tipo de dor é tão massacrante, pois sabemos a verdade mas relutamos em nos enganar.

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  3. Ariela conseguiu afazer eu sentir o vai-e-vem das ondas, lindo e o final, me arrebatou ao coração
    ah
    passando para te convidar apara a promo que ta tendo alá no blog, muito bom sera ter sua presença, grandes abraços

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  4. Somente sentimos inerente aos olhos de outros inerente aos sentimentos do outros Sentimos...
    Parabens
    Edson Rufo
    Escritor

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Brindará também o surreal?