terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Consolo.


São cinco oitavas, sem mais. Sempre foi o suficiente, talvez até mais que o suficiente.
Aquela numa oitava acima era difícil, era para momentos em que não se queria pensar, em momentos que só se queria pensar em outra coisa.
Já as primeiras, eram diferentes, eram como uma abraço ou como um "vai ficar tudo bem". Era para quando se precisava de colo.
Mas tinham aquelas rápidas e agitadas, um tanto complicadas também! Ah, essas eram para quando algo não cabia na gente! Nossa, parecia que estávamos gritando aos céus tudo aquilo que queríamos dizer.
E tinham aquelas pesadas, uma oitava abaixo. Doía, cada nota. Mas era porque elas entendiam, elas compreendiam e, assim, nos faziam compreender também! Eram aquelas com quem a gente é sincero, sabe? Aquelas que a gente procura quando entende a situação e está disposto a enfrentar, por mais difícil que seja.
E há outras! E muitas! Aquelas que aprendemos a tanto tempo, que fazem parte de nós! Essas são como diálogos internos, nem percebemos que estão ali; têm aquelas que por um motivo bobo te faz sorrir, só porque você gosta do som! Essas são ótimas, porque (mesmo sabendo de cor) você pega a partitura e lê nota por nota e até repete algumas partes, mesmo sem ter errado, porque é bom! Só por isso!
E elas sempre estão ali! Todas as  oitavas, todas as partituras! As mais usadas, as menos usadas... sempre ali! Todas juntas, em sois e mis, sustenidos e bemóis, claves de sol e claves de fá, numa mistura louca e insana. Sempre ali, sempre lá. Esperando. Esperando qualquer coisa para poderem consolar.

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