Algum lugar, 27 de julho de 2010
A quem mandar?
Fico feliz em saber a data de hoje, porque nem isso me importa mais.
O que me importa?
Os meus pensamentos cotidianos não precisam de cartas para entender-me. As minhas letras entendem-me por si só. Às minhas felicidades já disse adeus.
O que me resta?
Mais uma carta na pilha das não enviadas; mais um lamento cansado e vago, afinal, agora não precisa-se mais de regalias: uma carta sem destinatário, cujo remetente mal se conhece.
O que será de mim? Cuja vida se resume em frases não lidas?
O que deixo?
Às lembranças uma angustia?
Às saudades uma lágrima?
Ao amor um desprezo?
E à esperança? O que deixar a ela se ela nunca me deixou? Mais um mero lamento?
As palavras perdem-se no ar e nem eu as encontro mais. A monotonia é tão grande que até meu tédio torna-se uma distração.
Mas, chega de reclamações!
Há uma saída, sempre há! E aqui encontro-me no meu maior refúgio: a escrita.
Nela encontro meu destinatário, nessas letras vejo um futuro diferente e à ela entrego meu lamento, porque só ela me consola e, em sua solidão, é suficiente.
Profundamente agradecida,
Ameei o post! *--*
ResponderExcluirNossa
ResponderExcluirMuito bom mesmo!
Muito bem escrito.
x)
"A monotonia é tão grande que até meu tédio torna-se uma distração."
ResponderExcluirDevo dizer que é verdade e devo assumir que às vezes gosto de me perder nas minhas próprias palavras, entre as minhas histórias.
=*
O refúgio da escrita é um ótimo lugar, pois podemos colocar pra fora td aquilo que sentimos, de uma maneira concreta, sendo lida ou não, a gente se sente aliviado...
ResponderExcluirBjs =)
"E aqui encontro-me no meu maior refúgio: a escrita."
ResponderExcluir... e nós fugimos tanto
que lindo texto, ariela!