segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Um choro no silêncio.


É fácil chorar na hora do caos.

Naquela hora que a dor, a frustração e a agonia são tamanhas que você meio que explode.
Na verdade, nem é um momento tão momentâneo, pode durar dias e até meses.
A dor é real! Ela está ali, em você, te cutucando! O choro é quase um pedido de misericórdia e, mesmo que não seja o suficiente, representa tudo aquilo que você quer que suma, que vá embora e não volte nunca mais para dentro de você.

Mas existe aquele choro sem caos. Sem dor aguda. Sem desespero.
Aquele choro que te pega de surpresa em um momento de extrema conformação.
Porque você entende, aceita. Não dói mais. Não como doía.
É um choro de um desespero tão profundo que você já sabe lidar, que não precisa mais ser gritado ao mundo para surtir efeito.
É uma ferida cicatrizada, que ninguém vê, ninguém precisa ver. Mas está ali.
É uma dor que não lateja, nem aparece no rosto. Mas que é sentida

É um choro silencioso. Um choro no canto do quarto, quando ninguém está olhando.
Um choro que é um consolo para si mesmo de que você superou a dor, mesmo sabendo que ela existe.

Um choro de quem sabe o que precisa fazer
De quem sabe que vai seguir em frente, mesmo com medo.
De quem vai correr o risco, mesmo sabendo o tanto que pode perder.

Um choro de quem já viveu o caos e sabe que agora é hora de encará-lo.

2 comentários:

  1. Que boa surpresa voltar ao seu blog e encontrar textos novo. Gosto dessa intensidade de sentimentos que você passa. Ao mesmo tempo, sinto uma sensação de paz quando acesso este sítio. E sempre me impressiono com a sintonia que sinto entre seus textos e o que estou sentindo.

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    1. São comentários assim que me fazem ganhar o dia! Apesar desse blog ser um grande desabafo para mim mesma, fico muito feliz e agradecida quando consigo alcançar outras pessoas.
      Muito obrigada pelo seu comentário, é sempre um prazer vê-lo aqui :)

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